Pode parecer mentira mas a Marvel, nos anos 90, estava a beira da falência. Este, inclusive, é um dos motivos que vários de seus personagens estavam fazendo filmes em outras produtoras pois tiveram seus direitos de filmagem vendidos para fazerem caixa no fim do mês. Só agora eles estão novamente sendo reunidos na sua casa de origem, como é o caso recente do Quarteto Fantástico e os X-Men que estavam com a Fox. E o Homem Aranha que está ainda com seus direitos com a Sony e o Hulk com a Universal. Bem, mas voltando ao assunto, a Marvel não andava bem e por diversos motivos: sagas imensas e confusas (a saga do clone do Homem Aranha é um bom exemplo disso), roteiros sem criatividade e também porque heróis multicoloridos e vilões com nomes estranhos tinham perdido seu encanto. A receita completa para a debandada de seus fãs para outras mídias.

Era consenso que a solução poderia ser ‘voltar as origens’ com seus personagens principais. Mas, com cuidado, pois uma tentativa já havia sido feita com a HQ ‘Heróis Renascem’ e que foi um fiasco total, que é piada no meio nerd até hoje. Essa crise se arrastou até os anos 2000 até que um dos executivos da Marvel teve a ideia salvadora: criar um novo selo trazendo seus principais heróis em seus primeiros anos e contextualizados para o novo século. Este foi o início do selo Universo Ultimate, que teve sua primeira publicação com seu produto mais popular: O Homem Aranha. Com o sucesso da edição vieram os X-Men Ultimate logo depois. Mas faltava trazer ao novo selo os ‘Heróis Mais Poderosos da Terra’, os ‘Vingadores’. Para a tarefa foi convocado o roteirista Mark Millar (sim, o mesmo que recentemente nos deu ‘O Legado de Jupiter’, na Netflix e que já comentei aqui em outro texto). Tarefa nada fácil aliás. Como trazer aos novos tempos, ao novo milenio um grupo de heróis tão diferentes e de maneira coesa e criativa?

Mark Millar manteve os pontos clássicos do grupo nos anos 60 (como o Capitão América ter sido achado congelado), porém todo o resto foi alterado e vários detalhes aproveitados no vindouro Universo Cinematografico da Marvel (MCU) como o conhecemos tão bem hoje. Por exemplo, a organização de espionagem S.H.I.E.L.D foi a responsável pela reunião dos heróis, em especial Nick Fury, que nesse Universo Ultimate teve sua etnia alterada e desenhado para se parecer com o ator Samuel L. Jackson (sim, o ator já estava escalado para viver o papel antes que o MCU fosse criado. Isso sim é planejamento!). Fury reúne os Vingadores (que aqui recebem o nome de ‘Os Supremos’) como arma contra os inimigos que os EUA não fossem capaz de lidar (mutantes, alienígenas, etc). Outro aspecto marcante do roteiro é a humanização dos personagens. Enquanto nos anos 60 os heróis dos grupos eram quase deuses, praticamente sem defeitos, os Supremos são humanizados até o extremo. O Capitão America é ultraconservador e quase depressivo por ser um homem de 80 anos em um corpo de um atleta de 30. O Homem Formiga e a Vespa tem sérios problemas de relacionamento como casal (aliás, há uma sequencia na história que é bem polêmica). O Hulk é um monstro no sentido exato da palavra, assassino e perverso. Tony Stark é um bêbado divertido. E Thor – O Deus do Trovão – é o que sofreu mudanças mais profundas na história. Em nenhum momento fica claro se ele é de fato um deus ou um enfermeiro esquizofrênico com algum poder (isso fica respondido só no segundo volume).

Essa História em Quadrinhos elevou os principais heróis da Marvel e deixou o legado de ser a semente para o que se vê da Marvel hoje nos filmes. Se você a ler e compara-la com o filme ‘Os Vingadores’ de 2012, perceberá que os roteiristas praticamente adaptaram ‘Os Supremos’. Se a procurar para compra (ou leitura online) saiba que terá lido uma HQ de qualidade, daqueles poucos tipos em que roteiro e ilustrações se combinam para produzir uma obra de arte. Boa leitura!

• Essa vai para quem encara a fotografia como um hobby, como mais uma opção de entretenimento. A marca Canon – uma das mais populares entre os fotógrafos amadores e profissionais – ‘jogou a toalha’ e já prevê, neste ano, uma queda em suas vendas de câmeras de até 50% em relação a 2019. As suas perdas anuais já são de 10% ao ano. O grande vilão deste movimento é que grande parcela de entusiastas da fotografia notaram que não precisam ter câmeras sofisticadas para conseguirem ótimas fotos. Simples assim. Com os smarthphones oferecendo cada vez mais qualidade em fotografia, efetivamente o resultado produzido por modelos tops de linha será suficiente para os usuários comuns. Não só isso, o avanço dos sensores produzirá registros ainda melhores e mais intuitivos, cativando também aqueles que querem ter uma experiência descomplicada, sem trocas de lentes, etc. Apenas para registrar aquele batizado do neto, o aniversário do sobrinho ou seu pet brincando com a bolinha.

E nem preciso também lembrar o impacto da pandemia nas vendas mundiais tanto para Canon, Nikon e Sony. Inclusive, a Sony comunicou ao mercado que deixou de vender seus produtos como TVs, câmeras e equipamentos de áudio aqui no Brasil no fim de março. Estava já sabendo dessa? O que noto é que a fotografia com câmeras deverá ser algo focado em um nicho … e não propriamente o fim destas empresas. Um bom exemplo é na música onde hoje o mercado e produção de discos em vinil é restrito a um grupo. Agora uma dica adicional. Para quem quiser ver fotos da fauna de nossa região e litoral, cenários interessantes, fotos curiosas e afins podem seguir minha página como um fotógrafo entusiasta no Instagram ou Facebook. Inclusive com muitas disponíveis para venda em posters e quadros ( em uma loja nacional online e outra internacional).  Convite feito, faça uma visita: https://www.instagram.com/andrehqphotos/

• Quem hoje (2 de junho) chega a seus 44 anos é o talentoso ator Zachary Quinto, que ficou conhecido na extinta série de TV ‘Heroes’ e que teve a difícil responsabilidade de substituir Leonard Nimoy como o icônico ‘Spock’ em Star Trek.