Você lembra do troca-troca de dinheiro que ocorreu no Brasil antes dos RÉIS? Cruzeiro -> Cruzeiro Novo -> Cruzeiro -> Cruzado -> Cruzado novo -> Cruzeiro pela terceira vez -> Cruzeiro Real até chegar no Real.
Até novembro de 1942 o dinheiro que circulava no país era o RÉIS e foi substituído pelo Cruzeiro.
Base Legal: Decreto-lei nº 4.791, de 05.10.1942. Começou a valer desde 01/11/1942
Esse Cruzeiro (Cr$), também conhecido como Cruzeiro “antigo”, foi a primeira moeda a utilizar centavos no Brasil, já que o RÉIS não permitia fracionamento do valor.
O governo lançava cédulas com novas estampas de tempos em tempos para combater falsificações e a quantidade emitida do primeiro Cruzeiro foi gigante [vigorou de 1942 até 1967.]
Essa é a nota de 1 Cruzeiro: Só saiu em uma estampa e valia 1 mil réis (Rs 1$000).
Já as notas de 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500, 1.000 e 5.000 foram lançadas em duas estampas ao longo dos anos e vinham com a informação de Impressas pelo Tesouro Nacional.
A de 5 cruzeiros teve uma terceira estampa lançada em 1961 (Nota do Índio).
Já a nota de 10.000 com a imagem de Santos Dumont, quando saiu, veio escrito Banco Central e foi a primeira com essa informação.
https://www.bcb.gov.br/cedulasemoedas/cedulasemitidas
Em 1967 foi lançado o Cruzeiro Novo (NCr$):
Base Legal: Decreto-lei nº 1, de 13.11.1965, regulamentado pelo Decreto nº 60.190, de 08.02.1967. Resolução nº 47, de 08.02.1967, do Conselho Monetário Nacional.
Não teve novas cédulas.
O governo reaproveitou as cédulas do cruzeiro de 10, 50 e 100 da estampa 2, as notas de 500, 1.000, 5.000 da estampa 1 e a de 10.000. Para equilibrar o padrão monetário antigo com o novo, tiveram que recorrer a técnica do corte de 3 zeros e carimbo indicando seu valor atual, desta forma, 10 Cruzeiros valia 1 Centavo do Cruzeiro novo.
50 Cruzeiros | Equivalia | 5 centavos |
100 Cruzeiros | 10 centavos | |
500 Cruzeiros | 50 centavos | |
1.000 Cruzeiros | 1 Cruzeiro Novo | |
5.000 Cruzeiros | 5 Cruzeiros novos | |
10.000 Cruzeiros | 10 Cruzeiros novos |
Isso mesmo. Nós chegamos a ter uma cédula que valia 1 centavo.
Esse Cruzeiro Novo foi criado como um padrão de caráter temporário, para vigorar durante o tempo necessário ao preparo das novas cédulas e a adaptação da sociedade ao corte de três zeros.
Em 1970 voltou a ser Cruzeiro (Cr$)
Base Legal: Resolução nº 144, de 31.03.1970, do Conselho Monetário Nacional.
No Primeiro Tipo temos de 1, 5, 10, 50 e 100 apelidadas de Modelo Medalhão. Elegantes né.
A de 500 saiu com estampa em alusão a evolução étnica brasileira, numa sequência das diversas raças, por ordem de precedência histórica que circulou até 1987.
Antes disso, em 1978, começaram a sair as cédulas do Segundo Tipo.
Se você olhar a frente original desta forma fica difícil de lembrar, mas quando mostra o verso.
Nostalgia total. Este estilo lembra Cartas de Baralho.
A de 1.000 Cruzeiros trazia a foto do Barão do Rio Branco e saiu em duas estampas porque a primeira continha poucos elementos de segurança.
Sabe aquela expressão: te pago um barão? Então. Foi por causa dessa nota aqui.
Em 1984 novas cédulas (terceiro tipo) trazendo a foto da personalidade para frente da nota.
- 10.000 foto do Rui Barbosa
- 50.000 Osvaldo Cruz
- 100.000 Juscelino Kubitschek
Em 1986 chegou o Cruzado (Cz$)
Base Legal: Decreto-lei nº 2.283, de 27.02.1986, substituído pelo Decreto-lei nº 2.284, de 10.03.1986. Resolução nº 1.100, de 28.02.1986, do Conselho Monetário Nacional.
O cruzado cortou 3 zeros, mas como trocar o dinheiro em circulação após 16 anos não é uma tarefa fácil, no começo, o governo reaproveitou algumas notas do Cruzeiro anterior com a velha técnica do carimbo.
10.000 Cruzeiros | Valia | 10 Cruzados |
50.000 | Valia | 50 Cruzados |
100.000 | Valia | 100 Cruzados |
Depois lançou cédulas próprias de cruzado de 10, 50, 100, 500, 1.000, 5.000 e 10.000.
ATENÇÃO: Perceba aqui que as notas de 10.000, 50.000 e 100.000 cruzeiros tiveram versões idênticas em Cruzado…imagina como isso ocorreu na época.
Após 3 anos, em 1989 chegou o Cruzado Novo (NCz$)
Base Legal: Medida Provisória nº 32, de 15.01.1989, convertida na Lei nº 7.730, de 31.01.1989. Resolução nº 1.565, de 16.01.1989, do Conselho Monetário Nacional.
Cortou 3 zeros e aproveitaram 3 cédulas antigas:
1.000 Cruzados | Valia | 1 Cruzado Novo |
5.000 | Valia | 5 Cruzados Novos |
10.000 | Valia | 10 Cruzados Novos |
Depois lançaram notas próprias de 50, 100, 200 e 500 Cruzados Novos. O Cruzado Novo vigorou por apenas 1 ano (nem parece).
Em 1990 mudou para Cruzeiro (Cr$) pela terceira vez.
Base Legal: Medida Provisória nº 168, de 15.03.1990, convertida na Lei 8.024, de 12.04.1990. Resolução nº 1.689, de 18.03.1990, do Conselho Monetário Nacional.
Dessa vez não teve corte de zeros. Foi 1 por 1. Aproveitaram notas carimbando onde, 50 cruzados novos valia 50 Cruzeiros, 100 era 100, 200 era 200 e 500 era 500.
Depois lançaram novas cédulas de 100, 200, 500, 1.000, 5.000 em dois modelos, 10.000, 50.000, 100.000 e 500.000 Cruzeiros.
Detalhe: sempre que a moeda sofria desvalorização lançavam cédulas de valores cada vez mais alto.
E fizeram de novo: as notas de 100, 200 e 500 Cruzados Novos tiveram versões idênticas em Cruzeiro. Veja Cruzado Novo, Carimbada e Cruzeiro. Imagina que loucura.
Em 1993 veio o Cruzeiro Real (CR$)
Base Legal: Medida Provisória nº 336, de 28.07.1993, convertida na Lei nº 8.697, de 27.08.1993. Resolução nº 2.010, de 28.07.1993, do Conselho Monetário Nacional.
Confesso quem nem lembrava mais. Corte de 3 zeros e reaproveitamento de cédulas com carimbos onde
50.000 Cruzeiros | Valia | 50 Cruzeiros Reais |
100.000 | Valia | 100 Cruzeiros Reais |
500.000 | Valia | 500 Cruzeiros Reais |
Depois saíram as notas de 1.000, 5.000 e 50.000 Cruzeiros Reais. Essa nota que veio com o desenho da Baiana era tão rara na época que o seu valor hoje é altíssimo no mercado de colecionadores.
E por fim, em 30/06/1994 entrou o Real (R$) que valia 2.750 Cruzeiros Reais. Para converter não era corte de zeros. Bastava dividir por 2.750. O real já teve uma nova roupagem lançada em 2010.
2ª ROUPAGEM de 2010
Base Legal: LEI Nº 9.069, DE 29 DE JUNHO DE 1995.
Curioso que a moeda dos períodos Imperial e República antes de 1942 também se chamava REAL, mas ficou popularmente conhecida como RÉIS. 1 conto de réis valia 1 milhão “por corresponder a mil vezes a importância de 1 mil-réis” e tinha cédula própria (Rs 1:000$000).
Pelo jeito, algumas pessoas tiveram o privilégio de ter 1 milhão na carteira.
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