Dia 24/02 ocorreu a Audiência Pública no plenário da Camara de Vereadores sobre a implantação de um equipamento portuário na Ilha do Tatu, na cidade de Cubatão/SP.

Divulgado como Condilog-Condomínio Logístico, muitos afirmam que é um Pátio de Container camuflado de Terminal Alfandegário. A população não quer mais ônus ambientais, estruturais e de mobilidade urbana que irão impactar negativamente a qualidade de vida dos moradores dos bairros Ilha Caraguatá, Bolsões 7, 8 e 9, Parque São Luiz, Conjunto Rubens Lara e Jardim Casqueiro/Vila Ponte Nova.

O representante da APS-Autoridade Portuária de Santos, Senhor Sidney Aranha, apresentou por meio de slides, as principais propostas, falou de geração de empregos ( 500 diretos e 1.000 indiretos) e o que o município iria arrecadar (1,5 milhão com IPTU e 24 milhões com impostos), alem de trazer desenvolvimento para região.


Na apresentação fala que o objetivo é servir como pátio regulador para passagem e estacionamento de caminhões que acessam diretamente o Porto com cargas para exportação (média de 8 mil por dia – dados de 2023), bem como serviços de suporte aos caminhoneiros, afim de ordenar o trânsito de caminhões da Margem Direita do Complexo Portuário de Santos, regulando e tornando previsível o fluxo de veículos nas áreas urbanas até o Porto.
Veja uma das verões do projeto apresentado AQUI
Mas não agradou quem estava presente.
Ele (representante da APS) ainda insistiu que essa discussão precisa avançar até que um denominador em comum seja alcançado.

Pois bem.
Após a explanação, vereadores, entidades e representantes da sociedade civil falaram e cada qual com seu ponto de vista.


Especialistas ambientais foram eloquentes em dizer que a área pretendida já está embargada pela autoridade ambiental federal, que o local contém corpos d’água, nascentes e biomas importantes para o equilíbrio da fauna, flora e controle da temperatura das arredondezas.

Ao falarem de MOBILIDADE deixaram claro que não será apenas Cubatao que vai sofrer com a imensa quantidade de caminhões que irão transitar no local. Praia Grande e São Vicente serão impactados de maneira direta e irremediável, e por via reflexa, o litoral sul e norte sofrerão os impactos, uma vez que o local é uma interligação entre as Rodovias Imigrantes e Anchieta.
IMPORTANTE
Na apresentação feita, não mostraram por onde seriam os acessos, mas em um material divulgado antecipadamente, é possível ver que os veículos que vierem do Porto de Santos, teriam que adentrar ao bairro Jardim Casqueiro por meio da Avenida Joaquim Jorge Peralta para ter acesso ao empreendimento.

O ramo imobiliário sofreria impactos de desvalorização das unidades habitacionais disponíveis para venda. O Parque Linear do Casqueiro, que hoje é o maior cartão postal da cidade devido ao Píer, tambem sentiria os efeitos.
Na questão de turismo, o representante do conselho municipal de Turismo explanou a luta que é conseguir colocar cubatao na rota turística do Estado, principalmente para o turismo náutico e de pesca que é desenvolvido no município, e esse Pátio de Caminhões iria zerar tudo o que já foi conquistado até o momento, trazendo prejuízos ao comércio local.
Muitos lembraram da Cava Subaquática que foi implantada de maneira de semelhante, deixando os cidadãos de cubatao de fora da discussão.
E por fim , o representante do conselho do patrimônio cultural trouxe a tona a informação que no local da Ilha do Tatu existe um sítio arqueológico.
A audiência pública ocorreu por iniciativa do Deputado Estadual Mario Maurici, presidente da FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE DA BAIXADA SANTISTA no plenário da Câmara de Vereadores de Cubatão/SP.
Foto capa: https://www.cubatao.sp.leg.br/em-audiencia-publica-poder-publico-e-sociedade-civil-rejeitam-criacao-de-patio-na-ilha-do-tatu
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