Desde quando o IBGE divulgou os dados de desemprego/desocupação no país, um detalhe importante veio à tona: se você, acima de 14 anos, disponível e sem trabalho, não estiver procurando emprego, não pode ser considerado desempregado.
Segundo índice divulgado para o 3º Trimestre de 2024, o sentido de “estar ou não empregado” depende da intenção da pessoa estar procurando emprego, por inúmeras razões, até desistência por achar que não vão encontrar emprego na localidade, adequado, idade incompatível ou inexperiência. Os dados divulgados contam com a utilização de conceitos como “ocupação”, “desocupação”, “dentro e fora da força de trabalho” e “desalento”.
Entenda a METODOLOGIA que “baixou o índice de desemprego no país em um passe de mágica”.
Segundo o site do IBGE, “O desemprego, de forma simplificada, se refere às pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego”. Quer dizer que se a pessoa, mesmo tendo a idade para trabalhar disser que não está procurando emprego, ela não é considerada desempregada/desocupada.
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Assim, “as donas de casa”, o “universitário que dedica seu tempo apenas para estudar” e o “empreendedor que possui seu próprio negócio” não são considerados desempregados.
E a dona de casa e o estudante estão fora da força de trabalho, conforme gráfico apresentado pelo IBGE:
- 66 milhões de pessoas não são contabilizadas como desempregadas, uma vez que não estão procurando emprego.
- 40 milhões estão abaixo da idade para trabalhar
- 103 milhões estão OCUPADOS
- 7 Milhões estão DESOCUPADOS.
De acordo com a metodologia usada pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, que mostra quantos desempregados há no Brasil, o que é conhecido popularmente como “desemprego” aparece no conceito de “desocupação”. A Pnad utiliza entrevistas por telefone para calcular a taxa de desemprego e abrange todos os setores da economia (formal e informal).
Conforme publicação oficial, os termos “DESOCUPAÇÃO” e “DESEMPREGO” são sinônimos, fundindo os conceitos como sendo a mesma coisa, bastando a pessoa responder se está ou não procurando emprego, dando um novo sentido para os dados apresentados.
Outros pontos induzem a mais confusões. Por exemplo.
Beneficiários de programas sociais (bolsa família, BPC, seguro desemprego, etc), “não tem correlação direta com a ocupação ou desocupação”. Esses beneficiários, por exemplo, podem ser classificados como parte da força de trabalho (como ocupados ou desocupados) ou estarem fora da força de trabalho.
Mesmo que não tenha carteira assinada:
- PODE OCORRER que se a pessoa que está sendo assistida por seguro desemprego, no momento da pesquisa disser que desenvolve alguma atividade autônoma (motorista de aplicativo, ambulante, etc.), ela é considerada como OCUPADA.
- Também PODE OCORRER o fato de beneficiários de Bolsa Família/BPC, que não estão trabalhando e “não tomaram providências para conseguir trabalho”, estão fora da força de trabalho.
Para ilustrar melhor, eles dividiram a população da seguinte maneira:
- POPULAÇÃO TOTAL: DENTRO da força de trabalho e FORA da força de trabalho
- DENTRO DA FORÇA DE TRABALHO: Ocupados e Desocupados
- FORA DA FORÇA DE TRABALHO: Força de Trabalho Potencial e Fora da Força de Trabalho Potencial
- Na Força de Trabalho Potencial: Buscaram Trabalho, mas não estavam disponíveis e Não Buscaram trabalho, mas estavam disponíveis.
- E dentro dos que Não Buscaram trabalho, mas estavam disponíveis: Desalentados e Não Desalentados. Os desalentados são pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuraram trabalho por acharem que não encontrariam. Ficaram de fora da conta.
Por fim, os chamados de DESOCUPADOS são as pessoas que não estão trabalhando, porém tomaram alguma providência efetiva para encontrar trabalho e estão disponíveis para assumi-lo, caso encontrem, e segundo o IBGE, DESOCUPADOS são popularmente conhecidos como DESEMPREGADOS.
Trocando em miúdos, se a pessoa, mesmo tendo a idade para trabalhar disser que não está procurando emprego, ela não é considerada desempregada/desocupada. São considerados fora da força de trabalho e não entram no cálculo….
Olhando o gráfico disponibilizado no portal Poder360 (todos os direitos reservados), é possível ver a trajetória do desemprego que agora mudou para desocupados.