Segundo Comunidade de Cientistas do Brasil, ainda é cedo para tomar esta decisão, ainda que o número de casos tenha diminuido, somado ao avanço da cobertura vacinal no país, conforme avalia o Ministério da Saúde, o que talvez possibilitaria o rebaixamento da classificação da COVID-19 para o nível de ENDEMIA, o que significa que medidas não farmocológicas de proteção como o distanciamento social e o uso de máscaras de proteção, se tornariam facultativas e não mais obrigatórias, uma vez que uma doença endêmica, seria algo com o que poderíamos conviver e tratar de modo pontual, a exemplo da DENGUE ou da GRIPE consideradas doenças endêmicas e que estão sob controle de acordo com nossas autoridades de saúde.

Mas seria este o caso da COVID-19? Para Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, o momento ainda é atenção! Pois ainda que em alguns estados brasileiros tanto o avanço da imunização quanto a queda dos casos, sinalise algo de muito positivo, esta não é a realidade da muitos outros locais do país. Segundo explica Mônica, é preciso entender que o simples fato de reclassificar a doença por si só, não significa que ela irá diminuir seu avanço e todos o cuidados seguem sendo necessários, pois trata-se de uma doença de comportamento totalmente imprevisível.

“Hoje não conseguimos ver quando é o começo de uma onda, qual é mais ou menos o tamanho que ela vai ter e quais são os picos em cada região do país. Olhando ano a ano, percebemos que a gripe começa e tem uma queda na mesma época, mas, quando olhamos a Covid, ainda é algo totalmente imprevisível. Fevereiro fechou com 22.195 óbitos certificados, o que corresponde a um ano da gripe”.

Mas segundo Marcelo Queiroga, (Ministro da Saúde), em entrevista à CNN o governo avalia o impacto dessa mudança, e tem como base o cenário de queda dos casos graves do coronavírus no país. Quando questionado se também é avaliada a posiçãoda OMS (Organização Mundial da Saúde), que desde 2020 declarou a Covid–19 como sendo uma doença pandêmica e este status segue até o momento, respondeu que:

“A decisão da OMS contempla a condição global, todavia, de acordo com o cenário epidemiológico, vários países estão antecipando essa decisão. Trata-se de decisão técnica.”

É importante ressaltar que esta não é uma decisão isolada do Brasil. Tal posicionamento do ministro vai de encontro ao fato de que outros paises já tomaram esta decisão e já reclassificaram a COVID-19, declarando-a uma doença endêmica. Sendo o Reino Unido o pioneiro, seguido pela França e também pela Dinamarca.

No Reino Unido por exemplo desde 11 de Fevereiro, pessoas vacinadas estão dispensadas de apresentar o teste negativo de Covid-19 para entrar na Inglaterra. Medida que soma-se à não obrigatoriedade do uso de máscaras e a apresentação de comprovante de vacina em locais de reunião de pessoas, já em vigor desde janeiro deste ano.

No Brasil, o ponta pé inicial nesta direção foi do prefeito Eduardo Paes (PSD), que assinou no último dia 07/03 um decreto liberando a população do uso obrigatório de máscaras tanto em locais abertos quanto fechados e sinalizou também que quando o município atingir 70% da polulação acima de 18 anos vacinada com a dose de reforço, não será mais necessário a apresentação do passaporte da vacinação. Esta decisão foi tomada sob recomendação do Comitê Científico da Prefeitura do Rio de Janeiro, que baseou-se na cobertura vacinal e baixa no número de casos, conforme o prefeito publicou em sua conta no Twitter.

Já em São Paulo, no dia 09/03 o governador João Dória, também assinou um decreto de flexibilização, porém ele foi mais moderado, liberando a obrigatoriedade do uso da máscara apenas em locais abertos, mantendo a obrigatoriedade em ambientes fechados. Sua decisão teve como base a redução de 76,7% nas novas internações e 56% dos óbitos causados por Covid-19 no último mês, de acordo com análises do Comitê Científico do Coronavírus de São Paulo.