Em nossa série sobre a vida em condomínio, já falamos sobre a convivência harmoniosa e as regras que mantêm a paz. Mas quando o assunto são crianças, sabemos que alguns, infelizmente, ainda as veem como “problema”.
Pelo contrário, crianças trazem alegria, vitalidade e renovam a energia do ambiente. Elas são uma parte fundamental da comunidade e, com as regras certas e espaços adequados, a presença delas transforma o condomínio em um lugar mais vivo e cheio de boas vibrações. Afinal, crianças são tudo de bom!
Neste artigo, no mês das crianças, mostro que, com regras bem pensadas, as crianças podem ser uma fonte de alegria para o condomínio — e, ao mesmo tempo, como essas regras são essenciais para garantir o equilíbrio para todos.
Crianças: Energia que Transforma
Elas correm, brincam, fazem barulho… mas é exatamente essa energia que pode transformar um condomínio em um lugar mais vibrante e acolhedor.
E o segredo para fazer com que a convivência seja positiva está no regimento interno. Ele pode, sim, estabelecer regras claras e equilibradas para que todos vivam bem.
Algumas Dicas que Funcionam
Espaços Delimitados: Criar áreas específicas para brincadeiras, como brinquedotecas e playgrounds, ajuda a evitar atritos. Assim, as crianças podem se divertir sem causar desconforto aos demais moradores.
Horários de Brincadeiras: Definir momentos para atividades mais barulhentas também é uma forma de equilibrar o direito das crianças de se expressarem e a necessidade de descanso dos outros condôminos.
Supervisão: Incentivar os pais a monitorar seus filhos nas áreas comuns pode prevenir problemas, garantindo a segurança das crianças e a tranquilidade dos vizinhos. Crianças menores de 12 anos não podem permanecer desacompanhadas dos responsáveis nas áreas comuns, principalmente, transitar nos elevadores, escadas e garagens.
Resolução de Conflitos: Promover um ambiente onde as preocupações possam ser discutidas de forma construtiva ajuda a resolver eventuais conflitos que possam surgir em relação às atividades das crianças. Lembramos que adultos não devem resolver conflitos diretamente com as crianças, mas sim diante dos pais ou responsáveis.
Um Exemplo de Sucesso: Gestão Mirim
Já pensou em envolver as próprias crianças nas decisões do condomínio?
Alguns condomínios adotaram a ideia de criar uma gestão mirim, com síndico, subsíndico e conselho formado por crianças!
Elas se sentem valorizadas, aprendem sobre cidadania e, de quebra, ajudam a criar um ambiente de mais respeito e colaboração.
Esse exemplo pode funcionar como uma forma divertida e educativa de engajar os pequenos, tornando-os parte ativa da comunidade. Isso também fortalece o sentimento de responsabilidade e faz com que as crianças entendam melhor as regras.
Conclusão
Com um regimento interno atualizado, regras claras e iniciativas como a gestão mirim, é possível transformar a convivência com as crianças em algo ainda mais positivo. Elas deixam de ser vistas como “problemas” e passam a ser uma fonte de aprendizado e alegria.
Afinal, todos no condomínio podem contribuir para um ambiente mais harmonioso — e as crianças, com sua energia, têm muito a oferecer.
Por Sabrina Sayeg, Advogada Especializada em Direito Imobiliário e Questões Condominiais