Há 76 anos a humanidade conhecia de forma brutal o poder de destruição da Bomba Atômica. E entre tantas tristezas e perdas inestimáveis, muitas histórias de superação e exemplos de resiliência se destacam e nos ensinam que somos maiores e mais fortes que nossas adversidades.
Hoje vamos conhecer a história da garota Sadako Sassaki, sua perseverança, e como sua luta inspira até hoje milhares de pessoas por todo o mundo.
por: Silvia Kawanami / reprodução
“Sadako Sasaki nasceu durante a Guerra do Pacífico (Segunda Guerra Mundial).
A família de Sadako possuiam uma Barbearia e quando sua filha nasceu, os Sasaki ainda não haviam escolhido um nome para ela.
Um dos clientes da barbearia, especialista em nomes que trazem sorte e saúde, sugeriu que colocassem o nome “Sadako”. Segundo ele, esse nome a faria crescer forte e saudável.
A Guerra muda a vida de todos
Conforme a guerra se arrastava, a vida das pessoas se tornavam mais dura. No ano em que Sadako nasceu, seu pai foi convocado para o exército. Ele foi designado para ser enfermeiro, afim de cuidar de soldados doentes ou feridos no Hospital do Exército em Hiroshima. Depois de sua partida, a mãe de Sadako chamou parentes para ajudá-la a manter a barbearia.
06 de agosto de 1945
A primeira bomba atômica do mundo detonou no céu sobre Hiroshima.
Era uma manhã quente de verão e aviões americanos sobrevoavam a cidade.
De repente soaram sirenes para que as pessoas fugissem e se protegessem.
Sadako, sua avó, sua mãe e seu irmão Masahiro estavam tomando café da manhã juntos quando foram surpreendidos por um clarão ofuscante e logo em seguida, uma explosão estrondosa.
Nuvem Negra
As paredes da casa cairam. Sadako e os outros foram jogados ao chão. Masahiro e a avó ficaram feridos, mas, milagrosamente, Sadako e sua mãe saíram ilesas. De alguma forma, todos escaparam com vida e fugiram em direção ao rio. Ao longo do caminho, a avó de Sadako retornou para pegar algo na casa. Ela nunca mais foi vista.
Os incêndios foram acendendo aqui e ali. Alguém ajudou a família, colocando-os em um bote para salvá-los do fogo. Enquanto a família estava no barco, a chuva começou a cair.
A chuva deixou manchas negras sobre as roupas de Sadako. O desespero e a sede era tão grande, que as pessoas bebiam a água negra da chuva.
1949-1954
Apesar de ser uma sobrevivente da bomba atômica, Sadako era uma criança cheia de energia, saudável, que nunca perdeu um dia na escola primária. Ela era educada e cuidava dos seus irmãos com muita ternura. Ela adorava cantar e praticava esportes. Realmente Sadako era uma criança prodígio.
O Retorno da Paz
A guerra terminou. Gradualmente, os edifícios foram construídos e as pessoas voltaram para a cidade onde o rumor se espalhou de que “nada vai crescer por 75 anos.” A família Sasaki reabriu sua barbearia no centro de Hiroshima.
Logo, Mitsue, sua irmã mais nova nasceu. No ano seguinte, quando Sadako foi para o Ensino Médio, seu irmão mais novo Eiji nasceu. A família Sasaki tinha agora seis membros. Com os pais ocupados com a barbearia, manter a casa limpa e cuidar dos pequenos ficou aos comandos do filhos mais velhos, Sadako e Masahiro. Era normal as crianças ajudarem nas tarefas domésticas naqueles tempos.
Sadako se torna uma grande atleta!
Na escola, Sadako que era uma ótima aluna, passou a se destacar também nas corridas de revezamento com bastão.
Seu grupo não era um dos melhores na modalidade, porém após muitos treinos, Sadako se tornou a melhor do grupo e foi graças à sua determinação que seu grupo facilmente ultrapassou todas as outras classes e conseguiram a vitória tão desejada. Na foto acima está a equipe de Sadako (Ela é a do centro).
1955 – Sadako vai para o hospital.
Dez anos depois do bombardeio atômico, a vida voltou ao normal para a cidade de Hiroshima e seu povo. No entanto, logo depois de vencer o torneio de revezamento do seu grupo, houve sinais de que algo estava errado com Sadako. Ela pegou um resfriado e sentiu uma rigidez no pescoço. Quando o frio foi embora, a rigidez ficou. O rosto de Sadako ficou todo inchado.
Após passar por vários exames, o médico disse: “Sadako tem leucemia”. Ela tem um ano de vida no máximo. “ Sadako foi transferida para o Hospital da Cruz Vermelha de Hiroshima. Sabendo da notícia, os amigos Sadako do grupo de corrida, discutiram o que poderiam fazer para ajudar a Sadako. Eles decidiram se revezar para visitá-la no hospital.
Os grous trazem esperança a Sadako
Cerca de cinco meses depois de Sadako ser hospitalizada, sua companheira de quarto, com cinco anos de idade morreu de leucemia no hospital. “Eu me pergunto se eu vou morrer assim”, disse ela comovida.
Só então Sadako, se deu conta de que a leucemia era uma doença assustadora. Aos 12 anos, Sadako lutava contra o terror da morte.
Cerca de 1000 mil grous de papel feitos por estudantes do ensino médio de Nagoya, foram entregues aos pacientes no hospital. O quarto de Sadako, também, foi abrilhantado por centenas de dobraduras de celofane em muitas cores.
Foi assim que ela ouviu a lenda, “Se fizer mil grous de papel, seu desejo se tornará realidade”, Sadako encheu-se de esperança e começou a dobrar os grous e a cada um que ficava pronto, dizia a si mesma o seu desejo:
“Eu escreverei paz em suas asas e você voará o mundo inteiro”.
Essa foto foi tirada pouco antes da cerimônia de graduação da Escola. Sadako recebeu uma permissão especial para sair do hospital para assistir à festa de despedida da classe. Seus pais compraram este quimono com estampas de flor de cerejeira, quando ela entrou no hospital.
Sadako nunca falou sobre sua dor ou sofrimento. Ela simplesmente deixou suas orações para os origamis. Apesar de seus esforços, a doença progrediu. Ela começou a ter febres e o medo de morrer a impedia de dormir. Mesmo assim, ela continuou dobrando tsurus com fervor e esperança de sobreviver.
Sadako não resiste
Enfraquecida, Sadako não teve força para dobrar os mil pássaros.
Em 25 de Outubro de 1955, rodeada por sua família, ela montou seu último tsuru e dormiu placidamente pela última vez. Foi exatamente um ano depois que ela tinha vencido a corrida de revezamento. Seus colegas de classe dobraram os pássaros que faltavam para que fossem enterrados com ela. Ela tinha somente 12 anos.
Ano de 1956
A morte de Sadako foi um grande choque para os seus amigos. Muitos deles, como Sadako, tinham presenciado a bomba atômica. Eles estavam cheios de medo, arrependimento e um sentimento de desamparo.
O que podemos fazer?
Depois da morte de Sadako, seus colegas disseram uns aos outros:
“Vamos fazer algo para Sadako?”
A culpa que eles sentiam por não terem sido capazes de impedir sua morte, deixou uma sensação dolorosa em seus corações. Alguém disse:
“Podemos construir um túmulo para ela? Se for perto, podemos visitá-lo todos os dias.”
Outro sugeriu:
“E se fizermos um monumento no Parque Memorial da Paz? Não apenas para Sadako, mas para todas as crianças que morreram por causa da bomba atômica?”
“Mas será que conseguiremos fazer algo assim?”
Os alunos estavam preocupados.
“Mas eu realmente quero fazer algo para Sadako”.
“Eu quero me livrar das bombas atômicas.”
Estas foram as emoções que moveram o grupo para tomar uma atitude.
Crianças de todo o Japão unidos pela causa
Os amigos de Sadako começaram um movimento para levantar fundos para o monumento. O apelo rendeu frutos que ninguém esperava. Mais de 3000 escolas de todo o Japão enviaram dinheiro e cartas, dizendo: “Por favor, use isso para ajudar a construir o monumento.”
Em janeiro de 1957, ficou oficialmente decidido a construção do Monumento da Paz às crianças no Parque Memorial da Paz no centro de Hiroshima.
A estátua de bronze possui nove metros, e tem a figura de uma menina segurando um grou gigante de papel. A estátua foi concluída no Dia das Crianças (05 de maio), em 1958, dois anos após a morte de Sadako Sasaki.
A inscrição gravada na pedra em frente ao monumento, diz:
Este é o nosso grito.
Esta é a nossa oração.
Para a construção da paz no mundo.
Esperança de Sadako Transportada ao Redor do Mundo
Mais de meio século se passou desde que Sadako perdeu sua vida aos 12 anos de idade. A história de Sadako tocou muitos corações. Cartas e tsurus do mundo inteiro continuam a ser enviados para o Monumento das Crianças da Bomba Atômica todos os anos.”
Embora não tenha conseguido salvar sua própria vida com os mil grous de papel, sua história ainda pode salvar milhões de pessoas. Seus tsurus levantaram vôo de outra forma, servindo como símbolo do crescente movimento pela paz na Terra.
fonte: texto e imagens extraídos do site: japaoemfoco.com / texto escrito por: Silvia Kawanami
Vamos aprender como fazer uma Tsuru (grous de papel)?
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06 de Ago 2024 - 03h47
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11 de Jul 2023 - 06h03
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