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Escritor cubatense lança seu livro FLORES DOS PEDREGULHOS durante tarde de autógrafos

"O escritor em mim gosta de usar a minha voz. Respira comigo e se aproveita das minhas observações cotidianas." Natan Alencar.


O Poeta, Ator e Escritor cubatense, Natan Alencar apresentou aos amantes da boa literatura, no último dia 27(FEV) no Espaço Multimídia Lucio Ialongo no Parque Anilinas, o seu livro de poesias: Flores dos Pedregulhos durante uma tarde de autógrafos. Conversamos com o autor e trouxemos aqui para os nossos seguidores um pouco de sua história e suas obras em uma entrevista discontraída e muito agradável, onde fomos presenteados inclusive com uma linda poesia feita especialmente para a nossa coluna em homenagem à mulher cubatense.

TODOS POR CUBATÃO: Conta gente! Quem é o Escritor Natan Alencar?
Natan Alencar: O escritor em mim gosta de usar a minha voz. Respira comigo e se aproveita das minhas observações cotidianas. Não tem horário certo pra se manifestar. Sou o seu discípulo, mas ele ainda não é um Mestre definido. Está mais para um Mestre-Aprendiz.

TODOS POR CUBATÃO: Além das obras, Criancice Poética, Duplo Mergulho e Flores
dos Pedregulhos
, você também possui outros títulos? Em que momento da sua vida você começou escrever?
Natan Alencar: Nasci em 24 de setembro de 1961. Comecei a escrever na adolescência, ali por 1974. Fui fisgado pelos cordéis nordestinos de meu pai e por um resumo de Dom Quixote em castelhano, que ele tinha em seu baú. Mas muito do que escrevi não tenho mais. E alguma coisa tenho, continua navegando entre o que escrevo. Porém, não da mesma forma. Com o tempo, substitui palavras, por amor do ritmo, da sonoridade, até por razões outras, que a vida cotidiana impõe. Hoje, escrevo ainda sem horário determinado. Tenho escrito no decorrer da vida poemas, contos, roteiros de curta-metragem, peças teatrais, etc. Mas ainda sou movido pela ambição de escrever obra de folego, nem que seja uma, com o apuro técnico, sem descurar das emoções humanas, de um Autran Dourado, autor que estou lendo ultimamente.

Escritor Natan Alencar – imagem: arquivo pessoal / divulgação

TODOS POR CUBATÃO: Suas obras obtiveram algum patrocínio, ou são independentes?
Natan Alencar: São obras sem patrocínio.

TODOS POR CUBATÃO: Quando decidiu publicar o seu primeiro livro, quais foram as maiores dificuldades que enfrentou?
Natan Alencar: Meu primeiro livro foi O AFETO QUE LHE RESTA, de contos curtos, um livro cartonero. Não houve, para a sua concretização, dificuldade alguma.
TODOS POR CUBATÃO: E nos lançamentos seguintes, diria que a experiência adquirida com seu primeiro
livro ajudou ou ainda teve alguma dificuldade? Qual?
Natan Alencar: Diria que esse livro de contos curtos me motivou a ambição, ainda não concretizada, de uma obra estilisticamente trabalhada. Os livros que vieram depois, revelam, a meu ver, minha incompletude literária. Na edição deles, tive custos maiores, e maior dificuldade de divulgação. Porém, tiveram uma circulação esperada, modesta. Ainda almejo, criar uma obra que satisfaça público e possa ser motivo de estudos universitários, com valor emocional e crítico, em termos de linguagem e estrutura. Presumo que quase todo escritor. em essência, queira isso; alguns falariam o que eu disse de outro modo, chamando de desejo de reconhecimento intelectual.

Livro: POEMAS PARA GI E PARA JADE
Escritor: Natan Alencar
imagem: arquivo pessoal / divulgação

TODOS POR CUBATÃO: Você também é Ator, certo? Como conciliar ambos os trabalhos e até que ponto
um influencia sobre o outro?
Natan Alencar: Sou ator desde 1988, e lhe confesso que ainda quero representar muito. Creio que o que me leva ao mergulho existencial e cotidiano, me proporcionando material para a poesia, é o amor pelo teatro, que me faz enredar em suas vísceras, procurando dar verdade máxima a meus personagens. Procuro renascer a cada trabalho, procuro nascer a cada poema.

TODOS POR CUBATÃO: De acordo com a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil
desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê em média 4,96 livros por habitante ao ano. Mas, apenas 2,43 desses livros são lidos do início ao fim, o que significa que nós lemos muito pouco. Como você avalia esses números e o que sugere para incentivar o hábito da leitura?
Natan Alencar: Esses números causam tristeza. Acredito que, se, em todas as escolas, a partir do fundamental, tivessem, além da Língua Portuguesa, uma disciplina que lhe complementasse, chamada Criatividade Literária, onde os alunos escreveriam sobre seu cotidiano com liberdade, criando histórias  no primeiro ano do fundamental, colocadas em pastas individualizadas, que seriam aperfeiçoados nos outros anos, com novas leituras e novas observações da vida diária, abriria um caminho surpreendente, quiçá espantoso, que transformariam as estatísticas em algum sentido positivo.

Livro: DUPLO MERGULHO
Escritores: Natan Alencar e Leonardo Só
imagem: arquivo pessoal / divulgação

TODOS POR CUBATÃO: Considerando sua experiência como escritor domiciliado em Cubatão, como avalia o cenário municipal em relação ao consumo de obras literárias de autores Cubatenses?
Natan Alencar: Creio que as obras literárias dos autores cubatenses, entre os quais me incluo, têm de ser mais consumidas. E o nosso contato com os estudantes tem de ser, principalmente: através de leituras de poemas; de leituras de contos e de crônicas; por meio de varais literários; por intermédio de conversas; e por outras ações que possibilitem uma melhor interação.
TODOS POR CUBATÃO: Recentemente você realizou um relançamento do Livro Flores dos Pedregulhos,
certo? Como e onde o leitor pode adquirir este e os outros títulos?
Natan Alencar: O livro FLORES DOS PEDREGULHOS está esgotado, mas, pode ser solicitado junto a editora Urutau, através do site https://editoraurutau.com, acontecendo o mesmo com os outros dois livros, que podem ser adquiridos pelo http://livroscostelasfelinas.blogspot.com

Livro: FLORES DOS PEDREGULHOS
Escritor: Natan Alencar
imagem: arquivo pessoal / divulgação

TODOS POR CUBATÃO: Algum novo projeto a caminho ainda para este ano de 2022?
Natan Alencar: Projeto para este ano um livro de contos chamado BECOS & BOCAS, com histórias do cotidiano. Dependerá de patrocínio e, em não o conseguindo, imprimirei uns poucos em gráficas domésticas. Pelo menos saciará algumas bocas, ficando os becos para mais tarde.

TODOS POR CUBATÃO: Conta pra gente: Qual de suas poesias você mais gosta de recitar? Alguma em
especial?
Natan Alencar: Sim.

LENDO CUIPAITAÃ

Cubatão,  deixa eu ler-te 

As linhas das mãos,  tua graça

A brincar no óleo das águas, a engrossar
O lirismo dos sonhos

No dobrar do talhe,

Pitos acesos luzem

Nos cantos dos teus lábios

De lavadeira intensa.

Deixa eu ler-te o pescoço,

De artérias verdes,
Intenso de ipês amarelos e roxos.

Acima do peito,

Nas tuas costelas leio

Sonhos de bem mais.

Perto de teu baço,

O luxo e o traço

Dos largos imemoriais,

Onde a elite dantes bem se deleitou

Filando o café quente

Com massudos biscoitos.

Pertinho do umbigo,

Leio gestos da matriarca

Miquelina, portuguesa forte, generosa

Que acendeu as luzes do velho Anilinas.

Decifro, descendo o sul de teu corpo,

Pelejas de povos fortes dos sertões,

Nas indústrias escalavrados e se amalgamando

À biodiversidade das rodas cuipataenses,

Engrenagens dentadas marcando riquezas.

Enxergo em teu sexo de delícias bananas,

Maçãs, jacas, pitangas, cucas, frutas-do-conde,

E hibiscos sugados por crianças levadas.

E com seus anseios amplos, em passos gozosos,

Índias, portuguesas, nordestinas, outras,

Temperando o solo com sua alegria.

Na dobra de invisíveis varizes,

Afonso com seu cãozinho segue,

Para os sapos ventos e bem-te-vis.

E na margem poemas rascunhados tropeçam

Nos pés de Deus – pássaros-pautas.

Nos teus joelhos leio o sempre fértil

Riso de esperança ao dobrar da história.

Nos teus pés, bem leio ritmos em cadências

Emancipatórias, de passista plena,

Chapinhando o barro, onde anjos barrigudos,

Chupam catarro e esculpem a ternura

Nas ruas do passado.

TODOS POR CUBATÃO: Para encerrar o nosso bate-papo, poderia criar algo agora de bate pronto em
homenagem à mulher cubatense, já que estamos no mês da mulher?
Natan Alencar: Sim.

O vento a soprar-te à volta

Com hálito suave

Homenageia-te.

O espaço é teu e brilhas,

Mulher, quanto mais trabalhas,

Quanto mais sorris,

Quanto mais apoia os teus,

Quanto mais lanças a voz

Na defesa do dia-a-dia.

Músicas ardem em lavas

Por tua força resiliente,

Mulher cubatense.

Em tua alma,

O poder invisível,

Que nos acalenta.

E assim terminamos o nosso delicioso bate-papo!
Com esta linda poesia escrita a nosso pedido especialmente para todas as mulheres de Cubatão em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres que já se aproxima. Agradecemos imensamente ao nosso convidado por aceitar o nosso convite e lhe desejamos muito sucesso em seus projetos futuros.
In bocca al lupo!!!
















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Comentários

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16 de Mar 2023 - 09h05

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14 de Abr 2023 - 01h01

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